Servidores em greve do Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS) voltaram a ocupar hoje (3) a superintendência do instituto na capital
paulista, na região da Santa Efigênia. Segundo o comando de greve, eles
permanecerão no local até que o governo reverta o corte do ponto dos servidores
e apresente uma nova proposta salarial.
Essa é a segunda vez que os servidores paulistas ocupam a
sede do INSS em SP. Na semana passada, eles permaneceram na superintendência
por três dias. Hoje, o terceiro andar do prédio, onde funciona o gabinete do
superintendente, estava tomado por dezenas de servidores de São Paulo e do Rio
de Janeiro.
“Vamos continuar exigindo a abertura real de negociação e
também a reversão do corte dos dias parados. Há oito gerências executivas no estado
de São Paulo com corte de ponto. Agora, os servidores estão passando por uma
situação de penúria. A culpa da greve durar quase dois meses é do governo, que
suspendeu por três semanas a negociação”, disse Nelson
Novais Rodrigues, do comando estadual de greve.
Na terça-feira (1º), em assembleia, os servidores decidiram
manter a paralisação, iniciada em 7 de julho e que continuará pelo menos até
sexta-feira (11), para quando está agendada nova assembleia.
“Mais de 70% dos servidores já poderiam se aposentar. Eles
não fazem, porque nosso vencimento básico é em torno de R$ 970. Os adicionais
são gratificações, que não levamos quando nos aposentamos. Perdemos mais de 50%
desse quantitativo”, afirmou Sônia Alves, do INSS do Rio de Janeiro, que
participava da ocupação em SP.
Entre as reivindicações dos trabalhadores estão o reajuste
de 27,6% nos salários, em parcela única, de modo a repor as perdas salariais
desde 2010, a realização de concurso publico para contratação de mais
servidores e a incorporação das gratificações, que representam cerca de 70% dos
salários.
“Temos servidores trabalhando há mais de 40 anos sem
condições físicas ou emocionais, mas, por conta dessa questão financeira, se
arrastam atendendo. São pessoas com síndrome de pânico e depressão. As
ferramentas de trabalho são aquém da necessidade. Temos sistemas que caem o
tempo inteiro. Não temos estrutura”, destacou Sônia Alves.
Em nota, o INSS informou que está aberto à negociação e que
analisa a pauta de reivindicações. “A direção do INSS colocou-se à disposição
das entidades para discutir, de forma aprofundada, toda a pauta
reivindicatória, quer pela efetiva análise dos temas sob sua alçada, quer pelo
encaminhamento das propostas de responsabilidade do Ministério do
Planejamento.”
Segundo o INSS, a Central de Atendimento 135 está à
disposição para informar a situação do atendimento nas agências, adotar
providências de reagendamento dos serviços e para orientações gerais. “Para
quem não for atendido em decorrência da greve, o INSS considerará a data
originalmente agendada como a de entrada do requerimento, a partir de quando
são gerados os efeitos financeiros nos benefícios.”
O órgão classificou a ocupação da sede da superintendência
de “desnecessária”, que gerou situações de “constrangimento e intimidação”.
“Apesar das tentativas de acordo, desnecessárias situações de constrangimento e
intimidação ocorreram, a exemplo das ocupações nas sedes do Instituto em São
Paulo, Brasília e Rio de Janeiro.”
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