Em entrevista, Lobbe Neto chegou a afirmar que só debate o seu voto ao PL 4330 com outro deputado e que não sabe o significado de “atividade meio” e “atividade fim


A direção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Carlos repudia o posicionamento do deputado federal Lobbe Neto (PSDB), que além de votar a favor da terceirização (Projeto de Lei 4330) no mês passado, afirmou em entrevista à uma rádio local na sexta-feira (22), não saber o significado de “atividade meio” e “atividade fim” a respeito do projeto.
O projeto 4330, atual PLC 30 que tramita no Senado, legaliza a terceirização de diferentes setores trabalhistas na sociedade brasileira, resultando em perdas salariais e sociais aos trabalhadores.
Desde o ano passado o Sindicato tem mobilizado a categoria contra a votação deste projeto. No dia 15 de abril, o chamado “Dia Nacional de Paralisação contra o PL 4330”, nas assembleias realizadas nas três maiores metalúrgicas da cidade (Tecumseh, Electrolux e Volkswagen), os trabalhadores aprovaram com unanimidade, em todos os turnos de trabalho, que o deputado Lobbe  deveria explicar seu voto contra o trabalhador, para a população de São Carlos.
 
Para o presidente do Sindicato, Erick Silva, os trabalhadores têm direito as explicações, mas o deputado não respeita ao menos seus eleitores, pois ao ser questionado na entrevista se gostaria de discutir o tema com quem tem posição contraria a seu voto, afirmou que só debate com outro deputado federal. “Os Metalúrgicos  repudiam a atitude do Lobbe, afinal, ele é o representante  da nossa cidade no Congresso e votou a favor da precarização, cometendo um atentado aos trabalhadores. O pior de tudo foi ouvir que ele não sabe o significado de “atividade meio” e “atividade fim”,  ou seja, não sabe nem no que está votando,  isso só comprova o desrespeito aos trabalhadores e até mesmo a seus eleitores. É por isso que devemos estar atentos e ver quem realmente representa os interesses da classe trabalhadora.”, afirma Erick.

Entenda porque a CUT é contra o PL 4330, atual PLC 30
De acordo com os dados apurados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) o texto do projeto de lei não melhora as condições dos cerca de 12,7 milhões de terceirizados (26,8% do mercado de trabalho) e ainda amplia a possibilidade de estender esse modelo para a atividade-fim, a principal da empresa, o que é proibido no Brasil.  Ou seja, o PL 4330 não é um projeto de regulamentação dos terceirizados, ao contrário, ele estende a precarização ao conjunto de toda a classe trabalhadora, pois permite que qualquer atividade seja terceirizada.
Ainda segundo os dados, o trabalhador terceirizado permanece 3 anos a menos no emprego, tem uma jornada semanal de três horas a mais, recebe salário 25% menor, está mais exposto a acidentes e mortes no trabalho. Além disso, 8 em cada 10 mortes no trabalho acontecem com terceirizados e  90% dos trabalhadores resgatados em condições de trabalho escravo também são terceirizados.

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