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É difícil não chorar a ler esta história de luta. A mãe de Renato Jr, Eliane Pereira, abre o coração e conta como tem sido sua luta para salvar seu filho do câncer e aproveita para pedir orações e a ajuda do povo de São Carlos para o tratamento. Confira os principais trechos da reportagem:

Como vocês descobriram que o Renato Jr. sofria de câncer?
Eliane Pereira- Vou contar nossa luta pela vida de nosso filho, o Renato Junior, desde o começo do ano de  2013:  fazia cinco meses que o nosso filho estava apresentando sintomas como febre alta, mas no posto de saúde a consulta era muito rápida e ele não foi diagnosticado corretamente. Depois de um mês e meio passou muito mal, não conseguia respirar, todos os músculos da barriga se contraiam e tinha muita dor nas costas,  não conseguia nem andar, um dia quando cheguei da escolinha em que trabalho, corremos para o Hospital Escola, ele foi atendido por uma médica, ela mandou fazer vários exames de sangue com muita urgência, mandou para o raio-x, ele tomou muito soro até 1 hora da manhã,  passou um pouco da dor e voltamos para casa, ela estava certa que era H1N1, ou caxumba por causa do caroço no pescoço e mandou voltar bem cedo ao hospital  para saber os resultados dos exames de sangue. Voltamos cedinho, logo que chegamos, ela nos atendeu e disse que não tinha dado nada nos exames de sangue dele, e receitou antialérgicos e o antibiótico Clavolin, um dos antibióticos mais fortes que existem, porque ele estava com um caroço no pescoço, começou a tomar e em 2 dias melhorou, depois voltou tudo de novo, o caroço não sumia, a febre continuava alta , caroços em baixo das axila, perda de peso, suores noturnos intensos, todos os dias , estava amarelo( modo de dizer) emagreceu muito, estava desanimado, com muita tosse.
Todo domingo sempre almoçamos na minha mãe, minha irmã disse que era para marcar uma consulta na Casa de Saúde que ela pagaria, marcamos com o médico Luís Tadeu Marques Vicentin que pediu exames mais específicos de sangue, hemograma, Epstein Barr Igg, velocidade de hemossedimentação, aslo, sorologia para toxoplasmose. Minha irmã emprestou o dinheiro de novo, para sair mais rápido os resultados. O Dr. Luís Tadeu disse que se não desse nada nos exames, ele iria ter que fazer uma pulsão na garganta onde o caroço estava. Ficamos muito preocupados.

Vocês tiveram que procurar um infectologista?
Eliane Pereira-  No dia 13 de novembro de 2013,retornamos no Dr. Luís Tadeu, que examinou de novo nosso filho e viu os resultados do exames e disse que já não era mais com ele e que nós teríamos que procurar um(a) infectologista. Fomos à infectologista, Doutora Ana Lucia que no dia 14 de novembro de 2013,nos disse que  realmente os exames estavam  muito alterados  e além do caroço no pescoço e o das axilas tinha-se encontrado mais três. O baço do Renato Jr estava muito inchado, ela achou  também teriam caroços no baço, pediu exame de coração, abdômen, tórax, mais hemogramas para leucemia e nos encaminhou para o oncologista  Victor Hugo Maion, cirurgião de câncer, para fazer uma biopsia do caroço do pescoço que examinou o meu filho de novo e achou vários outros caroços em outras partes do corpo ,e explicou que não iria mexer naquele caroço do pescoço, porque,  poderia ocorrer uma invasão de bactérias e infecção.  Ele resolveu retirar 2 caroços da clavícula, isso ocorreu em 18 de novembro daquela ano. Era uma biopsia.
A infectologista queria que fizéssemos a retirada do caroço do pescoço, mas como já havia dito, o oncologista estava com medo de mexer e como o Renato estava com a imunidade baixa  poderia pegar  uma infecção grave e piorar o caso. Esta semana, foi  muito difícil, porque o Dr. Vitor contou para o nosso filho sobre a doença (câncer maligno) e como seria o tratamento e os procedimentos, teríamos que ter forças e fé, para essa etapa que iríamos  enfrentar. Depois da biopsia o Dr. Vitor veio me contar o caso. Neste momento estava sem palavras.
Como você recebeu a notícia?
Eliane Pereira- Foi um dos piores momento da minha vida, ele disse que era um câncer, um câncer maligno em nosso querido e amado, muito amado filho, era maligno,  quando  me disse isso, fiquei sem chão . Doeu, doeu muito...me perguntava por que? Por que...meu Deus!!!!!!!??? Uma consulta com a dra. Elisa foi marcada, fomos logo cedinho, ela  passou muitos exames, mas pelo caso estar muito avançado, não quis esperar os resultados, pois são muito demorados, então a médica resolveu entrar  com a quimioterapia ABVD, na mesma semana . Nosso filho fez muitos exames, colheu sangue, fez biopsia do osso da medula,  estava com dor porque teve que tirar um pedacinho do osso da bacia para poder fazer a biopsia.
Ele começou a fazer a quimioterapia, sessão de  6 horas a cada quinze dias, por ser demorada a sessão teria que colocar o cateter e ainda teriam vários exames para fazer como tomografia, citologia e etc. Mas mesmo com os exames não estando prontos a quimioterapia havia começado.
Como é encarar a quimioterapia?
Eliane Pereira- A dra. Elisa disse para nosso filho sobre as reações da quimioterapia, ele sentiria náusea, ficaria indisposto, o cabelinho iria cair, mas tinha que se alimentar muito bem porque agora nossa batalha era uma guerra. Ela disse que o processo seria longo e agressivo.  Meu filho fez a primeira quimioterapia, quando chegamos em casa começou a reação, muita tremedeira e as unhas das mãos e pés ficaram  roxas. Fiquei apavorada! Chorei muito, liguei para nossa comadre que ligou no celular do Dr. Vitor. Logo em seguida ela já me ligou, dizendo que o  médico havia pedido para colocar bastante cobertas nele que a febre iria subir e realmente subiu , foi para 39 e meio abaixou horas depois,  ele passou bem aquela noite , dormiu a noite inteira, e na hora que acordou, já estava com náuseas, vomitou 3 vezes, mas fui dando bastante água, e aos poucos fui fazendo ele comer. Dei os remédios para os vômitos e ele ficou um pouco melhor.
O nome do câncer dele e o câncer é Linfoma de Hodgkin  (maligno), descobrir isso foi muito impactante para nós, pois faziam 2 meses que havia perdido um bebê, estava gravida de 4 meses, mas Deus sabe o que faz .

Como é a vida da família agora, depois do descobrimento do câncer?
Eliane Pereira- Ficamos sem chão, pois nossa vida virou de ponta cabeça do dia para noite. Gostaria primeiramente agradecer o que todos estão fazendo pelo meu filho, pela nossa família, que Deus os abençoe sempre, mas estamos aqui também para esclarecer que o dinheiro que todos estão arrecadando, é um dinheiro que não tínhamos para fazer exames no meu filho, para consultas e para a internação e a cirurgia da biopsia, foram gastos em todos os procedimentos R$ 4.000, e recorremos à minha irmã que emprestou e meus sogros que nos  ajudaram também. Somos pobres, passamos até 4 meses correndo com meu filho no posto de saúde e ele sempre foi diagnosticado  com gripe, sinusite, renite, amidalite, virose, e no Hospital Escola suspeitou-se que poderia ter a  H1N1, caxumba.  Se ficássemos até agora com nosso filho correndo no posto de saúde, onde em 4 meses fizeram um exame de sangue e neste exame já haviam alterações, se não tivéssemos feito tudo particular, até agora nosso filho estava sendo tratado como uma simples virose e etc.... Ou até morto pelo o avanço do câncer, se não tivéssemos feito tudo na rede particular, ele estaria sendo diagnosticado com uma simples virose e etc. 
Como é empregado o dinheiro arrecadado na Campanha Força Renato?
Eliane Pereira- Quero esclarecer que o dinheiro da Campanha “Força Renato”  é para pagar tudo que já gastamos, e que ainda vamos gastar, pois uma caixa do remédio do Nausedron custa R$ 150 com 10 compridos de 8 mg, mas já estamos providenciando para ver se conseguimos pelo SUS. Esta campanha é para quem quiser nos ajudar, pois somos pobres e qualquer ajuda  será bem vinda de coração!
A rotina é de muitos exames, não?
Eliane Pereira- Fizemos as 3 tomografias, tadinho tomou 3 copos com contraste com água, e aplicações na veia de contraste porque eram 3 exames . Tínhamos feito a cintilografia na Casa de Saúde na quarta feira, até então a enfermeira disse que estava tudo certo que os nódulos do câncer  estavam no mesmo lugar, mais eu tinha observado no pescoço dele um inchaço grande. Coloquei a mão e ele disse assim:  “Mãe acho que foi porque dormi em posição errada.”
Mas quando passei a mão senti que era um dos nódulos do câncer que havia inchado de um dia para outro. Chegamos ontem da Santa Casa da tomografia, era umas 13h,  a secretária   da dra. Mônica ligou pedindo para que retornássemos  para refazer o exame da cintilografia da parte do pescoço para cima. Ontem a  dra. Monica  falou conosco sobre o inchaço deste nódulo do câncer, porque ela estava preocupada com esta região, afinal de um dia para outro inchou. Ela pediu mais atenção a esta parte do pescoço, pois este câncer é agressivo.
 Em 9 de dezembro de 2013,obtivemos a resposta da primeira biopsia óssea e realmente as células cancerígenas estavam invadindo a medula óssea, nosso chão caiu, pois esperávamos que este exame desse negativo.
           

Certamente, vocês precisam de apoio financeiro, não?
Eliane Pereira- Estamos precisando de apoio financeiro, pois como o tratamento desde o final de 2013 a 2014, foi feito aqui em São Carlos, fizemos a Campanha Força Renato, para nos ajudar, com remédios que os SUS, às vezes não fornece como alimentação orgânica para alguns suplementos, pois até antes de saber aqui em casa todos trabalhavam inclusive o nosso filho ,mas quando soubemos da doença a nossa vidas virou de ponta cabeça e no momento quem trabalha em casa e só meu marido Renato, que é  cantor da  banda Quinta  Avenida. O orçamento dobrou, mas  com a graça de Deus e a ajuda de muitos amigos, de onde eu trabalhava na época, na Escolinha Mickey Mouse, onde fui professora de educação infantil  por mais de 5 anos, foi neste local que começou a   “Campanha Força Renato” , quem quiser pode entrar no meu facebook e acompanhar.
                      
Como o câncer não entrou em remissão vocês precisaram ir até Jaú?
Eliane Pereira- No fim de dezembro de 2014 soubemos pela dra Elisa, que infelizmente o câncer do nosso filho não havia entrado em remissão. Isso quer dizer que o câncer permanecia no corpo dele. Ela nos disse que aqui em São Carlos não haveria mais recursos para tratá-lo e precisaríamos de um hospital maior com referência e com recursos ,  que tivesse transplante de medula óssea.
Assim, estamos desde  o meio de janeiro na cidade de Jaú, no Hospital Amaral Carvalho , onde ele já começou o tratamento e também soubemos que o Renato Jr precisará  fazer o transplante de medula. Precisamos de ajuda, pois os gastos aumentaram muito.
                    
Quanto vocês gastam com as idas até Jaú? Existe algum reembolso do SUS?
Elaine Pereira-  Você vai perguntar se o SUS não fornece o veículo e a alimentação? Sim, fornece. Fomos atrás, para o reembolso da gasolina, pois vamos com nosso próprio carro. Com o reembolso vamos conseguir o valor de R$ 70,00 e esse valor e só para gasolina.  Faz  2 meses que levamos atestado do reembolso e as notas ficais e até agora não vimos um centavo cair na conta. Existem outros custos que um carro tem: como quebrar, óleo e entre outras coisas acontecem  de uma hora para outra, afinal o carro não gasta só a gasolina.
O reembolso de alimentação para o paciente e um acompanhante e de R$ 8,50 por pessoa, para passar o dia inteiro no hospital. Gastamos de alimentação da manhã até a noite que ficamos no hospital R$ 150,00 a cada dia que vamos para Jaú.

Como tem sido a rotina com remédios, suplementos e outras necessidades?
Eliane Pereira- Bom, nosso filho vem perdendo peso desde 2014 e fomos direcionados a uma nutricionista que passou o Nutrison, a Prefeitura fornece 4 latas e 2 nós compramos, sendo que cada uma custa R$ 70,00  mais ou menos. Renato Jr também toma desde 2013 um suplemento quando faz as quimioterapias que se chama Impact , que o governo não fornece  e cada caixa de 200ml custa em media de R$ 30,00 a R$ 34,00, este é um produto importado da Nestlé , só se acha pela internet ou em São Paulo. É que faz com que a imunidade do Renato Jr não baixe tanto e  só é dado para pacientes do Hospital Sírio Libanês em SP, essa pessoas tem tratamento particular e de alto custo. Também gastamos com a alimentação, procuramos dar comida orgânica que o SUS não fornece.
Nunca mentimos sobre o que o SUS fornece: os remédios quando tem e outros infelizmente não.  Só a semana passada gastamos com remédios do dentista do SUS o valor de R$ 170,00. O Rivotril  ficou por volta de R$ 58,00 . O SUS só fornece o Clonazepam e fora isso tem outra receita, pois ele toma 11 comprimidos por dia, e só essa receita custa R$ 1.200, que com a graça de Deus, conseguimos com uma entidade em Jaú, que está  fornecendo estes remédios, por enquanto, pois o hospital Amaral Carvalho não fornece. Somente paciente que está internado ou no TMO ( Transplante de Medula Óssea) recebe o remédio; temos que comprar o Rivotril e o genérico não faz efeito em nosso filho .

Quais os próximos passos da campanha?                
Eliane Pereira- Se for preciso faço de tudo para salvar a vida de meu filho. A ideia é a realização de um bingo. Estamos arrecadando prendas e gostaríamos que todas lojas de São Carlos, independente do produto,  pudesse nos ajudar. Vamos para Jaú 3 vezes por semana, as vezes duas.  Mas as viagens  vão aumentar, assim que for para o transplante, o valor que gastamos entre gasolina e alimentação quando vamos para Jaú é de R$ 250,00 e a Prefeitura não está dando nada. Para quem está acompanhando as notícias em rádio e televisão, sabe muito bem o que está acontecendo com a prefeitura e com a saúde em nossa cidade e no país.
Quanto vocês gastam por mês com o tratamento?
Eliane Pereira- O valor mensal com gastos do nosso filho fica entre R$ 2.000,00 a R$ 2.500,00 mil. Tirando todos os outros gastos particulares como água, força, telefone, e nossa própria alimentação.

Vocês estão com a campanha na Oásis Eventos para o show do Daniel?
Eliane Pereira- Sim, estamos com essa campanha e pedimos a ajuda da comunidade. Dessa vez serão sorteados um violão, um chapéu, e DVDs autografados pelo cantor Daniel, além de uma ida ao camarim do artista que se apresenta em São Carlos no próximo dia 8. O valor do número da rifa é de R$ 5 e o sorteio será no dia 8 de agosto na Oasis Eventos. Os pontos de venda da rifa são: Fox Automação (Avenida Getúlio Vargas, 1900), em todas as lojas do Varejão da Fartura, na loja Vibração Moda Fitness (Rua Episcopal, 1658 e avenida São Carlos, 209). Teremos também a Barraca da Solidariedade da Natura, uma Paeja, os dois eventos com datas a definir. Temos várias rifas sendo realizadas, inclusive com amigos em outras cidades.
Quem quiser ajudar, para onde deve ligar?
Eliane Pereira- Vou deixar nossos telefones para contato: o da residência é 3411-1445, tem os celulares (16) 9 9343-5359 (Eliane ) e (16) 9 9224-3167(do pai de Renato Jr). Contamos com a ajuda de todos!

Por Renato Chimirri

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