O  leitor pode encontrar um brasileiro que goste tanto quanto eu do
povo japones. Não perca o seu tempo procurando quem goste mais,
não vai achar.  A primeira vez que vi uma pessoa amarela e de olhos de canoa, foi aos 4 ou 5 anos de idade. Nosso pai construiu, também, a casa do senhor Paulo, um pequeno comerciante da rua 2, nossa rua era a 5. Na av principal, Prestes Maia, havia outra familia de origem japonesa, mais um comercio, maior que o do senhor Paulo era o do seu Fujita, secos e molhados. Não muito longe do senhor Fujita tinha outra familia de um outro armazem, ja bem maior que o do senhor  Fujita e lá o pai tinha uma caderneta, nossa alegria era o dia que o pai pagava a conta, ganhávamos uma lata de goiabada. Outra pessoa importante em nossas vidas foi a dona Kimie Assegawa, essa tinha grana, era Deus no céu e seu Raimundo na Terra, é nosso pai, o melhor pedreiro do mundo. Dona Kimie deu de empreita a construção de um prédio de dois ou três andares  na Av Prestes Maia para o pai construir, vixe ! ali ganhamos , ou melhor, ele ganhou dinheiro, depois e eu o irmão Luiz, junto do pai fomos fazer uma reforma em   um sítio em Cajamar, também da dona kimie, cheiro de mato, comida gostosa e mais dinheiro para a família. Quando mocinho tive o prazer de trabalhar na Yaohan do Brasil, uma grande empresa, com sede em Kioto,
Em São Carlos morei no Tijuco Preto, primeira moradia como vizinhos tinha os Aisawa, hoje eles tem um sacolão na Av Sallum, defronte a loja de doces. Mas havia também a maravilhosa dona  Lurdes, um pequeno armazém quase defronte ao Corpo de Bombeiros. Como Deus foi generoso comigo e minha família. Nos deu o privilégio de sempre estar de uma  forma ou outra envolvidos com os japoneses. Tem mais uma enorme quantidade de japonêses que conheço e gosto muito. Tem a "japinha" da Sallum, papelaria, ao lado do Tuca Chaveiro, tem o Wander Okumura, sub- prefeito em São Carlos e os outros me perdoem, estou com fome e sono não consigo lembrar.
Ah ! super importante o Imperador Japonês me enviou uns mimos, quando da comemoração dos  90 anos da chegada do Navio  Kasato Maru ao Brasil.

Em 1997 eu e o mundo choramos, juntos, a morte  do  japonesinho  Ives Ota. Acompanhamos o sofrimento da família, parentes e amigos. juro que chorei com seu Ota. 
Quase chorei outra vez entrar, com Marilda, na Loja Japonesa da Rua Antonio Agu- Osasco e  olhar um quadro na parede com a foto do menino,  meses após a sua morte. A loja seria de um parente.

Ontem a Câmara Federal, em Brasilia, estuprou a Constituição  Cidadã, que tem como padrinho o saudoso Ulisses Guimarães e de forma cachorra aprovou a redução da maioridade penal no Brasil.
Cada deputado que dava declaração de voto explicava seus  motivos e os que votaram a favor fizeram o costumeiro  teatro, se aproveitando do  momento de insegurança que o País vive. 
Eles apenas fizeram o que o Silvio Santos faz como ninguém, agradar a platéia.

Marcelo  Mizuno, deixei por último,  um dos japoneses que  mais admiro e  acredito que o seu pensamento não deve ser diferente do meu na questão da PEC em questão.

E para encerrar e faze-los entender as fotos do artigo, vamos falar de uma japonesa que me decepcionou. Dona Keiko Ota, mãe do Ives que foi cruelmente assassinado e nos fez chorar.
A Familia Ota que  teve o coração arrebentado, massacrado, dilacerado com a perda do filho hoje é um dos deputados la em Brasilia. Dela  eu esperava o que  sempre tive dos japoneses, a verdade a honra acima de tudo.

*No momento de maior apelo dramático, Keiko Ota, do PSB, exibiu uma foto do filho morto aos 8 anos, em 1997. " Nós precisamos dar um basta  a essa violência que tanto machuca as mães e os pais do Brasil" disse. Faltou informar que os três assassinos do menino eram maiores de idade, sendo dois PMs.
* de Bernardo Mello Franco-  página- A2- Folha de São Paulo- 2 de Julho de 2015

Carlinhos Lima

MTB- 28.413

1 comentários:

  1. Lindo texto , e como você sou amigo de muitos orientais , mas juro que é a primeira mulher oriental que vejo mentir , pior ainda usa o filho morto por PMs para isso.

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