A adolescente e os pais dela disseram que não sabiam da gravidez; a garota disse também que após dar luz colocou o bebê no cesto de roupas sujas.

A delegada Rita Tenório, titular da Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (Deaai), nesta quarta-feira (20), instaurou um inquérito policial para investigar a morte de um bebê recém nascido no último sábado (16), no conjunto Cidadão 12, bairro Nova Cidade, Zona Norte de Manaus. A mãe da criança, uma adolescente de 12 anos, está sendo investigada no caso. O pai possui 14 anos.
De acordo com a delegada, a jovem deu a luz em cima da própria cama, por volta das 18h do último sábado (16), e em seguida teria enrolado a criança, cujo sexo ainda não foi divulgado, em um cobertor e colocado no cesto de roupas sujas. Segundo Tenório, durante a madrugada de domingo, os pais entraram no quarto e se depararam com grande quantidade de sangue no chão do quarto.
“Os pais perguntaram o que havia acontecido no quarto e ela disse que tinha dado a luz a um bebê e que havia enrolado no lençol e colocado no cesto”, disse. Em seguida, a jovem foi encaminhada para o hospital e pronto-socorro Delphina Aziz, para realização de exames de corpo delito e, em seguida, conduzida até a Deaai, no bairro Alvorada.
Em depoimento, a adolescente relatou à delegada que não sabia que estava grávida e que nem seus pais sabiam do fato. “Ela (jovem) tem um corpo gordinho e disse que não percebeu nenhum diferença em seu corpo e nem seus pais”, explicou Tenório ao dizer ainda que a jovem enrolou a criança em um edredom  após não ouvir nenhuma reação ou choro da criança.
“Ela mesmo cortou o cordão umbilical da criança e disse que não ouviu nenhum choro e, por isso, enrolou e colocou a criança no cesto. Eu perguntei a ela do porque não olhou para a criança e ela não teve curiosidade em olhar, mas estava bastante abatida, até porque ela é muito nova e a gravidez era algo novo também, mas estamos investigando”, disse.
A delegada informou que se caso constatar que a jovem matou a criança, ela será autuada pelo ato infracional de infanticídio (assassinato do filho recém nascido).
“Temos três linhas de investigação. O infanticídio, o homicídio ou se a criança nasceu morta. Caso este último seja comprovado não há crime, mas estamos investigando e aguardando o laudo da necropsia, que será entregue em 30 dias. Depois desse laudo que posso verificar o que pode acontecer com ela”, disse a delegada, por telefone.
Após o caso ser encaminhado para a  31ª Promotoria de Justiça Especializada na infância e Juventude, o juiz decidirá qual o destino da jovem. A mesma poderá ser internada ou ter a liberdade assistida e semi-liberdade.

0 comentários:

Postar um comentário