Ela.
Geralmente as pessoas escrevem suas vitórias, suas conquistas e como chegaram lá.......parece tudo mais fácil, tem começo, meio e fim. O difícil é escrever quando ainda não se chegou lá, quando a idade (39 anos) te sufoca e você com certeza ainda não está entre os primeiros na corrida da vida e se arrasta para chegar lá. 
_ Prazer...sou desempregada, separada, mãe de 3 filhos sendo 1 rapaz de 18 anos, 1 menino de 6 anos e 1 menina de 3 aninhos, cristã, portadora de fibromialgia, tentando concluir a faculdade e vivendo no interior de São Paulo a poucos meses, longe dos amigos, do namorado e dos parentes, a solidão e a depressão batem a porta.
Senti na pele neste exato momento tudo que escrevi e respirei forte para seguir, é sempre assim, respirar forte, engolir o choro e pensar positivo, virei o botão e mudei minha apresentação.
_ Prazer...sou uma mulher solteira, independente, em busca de uma nova oportunidade no mercado de trabalho, estudante universitária, mãe de 2 meninos e 1 linda princesa, cristã, em tratamento de fibromialgia, vivendo em uma linda cidade do interior de São Paulo, com saudades dos meus amigos e parentes ao qual espero matar essa saudade tão breve, tenho a sorte de ter namorado, lindo, amigo e companheiro mesmo que online.
Parece fácil né? O texto ficou mais leve e até me senti melhor, como se a vida fosse um ar condicionado, onde você escolhe a temperatura. 
Mas a vida não é bem assim e a realidade é bem diferente, não temos um botão para controlar nosso dia todas as manhãs, os acontecimentos, nossos medos e anseios e a minha temperatura está abaixo de zero.
Neste momento o relógio do computador marca 00h31min, e todos os dias são assim, o sono não vem mesmo sobrando cansaço, o cérebro parece uma roda gigante sem freio que se arrasta muitas vezes até as 4h00min., falta de renda, prova, filho adolescente problemático, contas atrasadas, baixa estima, solidão, depressão, cuidar da casa (odeio), saudade do namorado, saudade da família...etc...converso com Deus na certeza que sou ouvida.
Colocar esses sentimentos pela primeira vez no papel, me fez me sentir melhor, nem todo mundo tem paciência em ouvir pessoas chatas passando por momentos difíceis, por isso estou aqui, vamos chamar esses momentos de papel em branco. Eu sinto, então eu escrevo, você lê. Você sente, então você escreve eu leio e assim vamos deixando a vida mais leve, em uma identificação de sentimentos, surge a cumplicidade e a motivação para um meio e um fim melhor no livro da vida, expressando apenas o eu humano daquele ser que ri, dança, chora, peca, grita e se desespera, sem julgamentos e sem críticas.

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