Talvez fosse uma noite de sábado ou domingo. A ápoca era, exatamente, a que vivemos agora, festas juninas. Acredito
que é a primeira lembrança que tenho sobre alguma coisa ligada a religião,
deveria ter uns 4 ou 5 anos de idade. O que lembro é do número cinco. Sim o
número cinco que ficou marcado para mim até hoje. Alguém gritou cinco ! e lembro da alegria de
Dona Maria e seu Raimundo com a sorte do irmão Luiz; ganhamos um garrafão de
vinho, Sangue de Boi, na Igreja do Jardim D` Abril, uma região do bairro que chamávamos de Cruzeiro.
O Cruzeiro ficava
no final da Av Prestes maia, Osasco, aquela época ainda um bairro da capital
paulista.
La no mesmo bairro, Cruzeiro, um ou dois quarteirões da
Igreja onde ganhamos o vinho, morava dona Maria do seu Miguel, crente. Dona
Maria e seu miguel tinham dois filhos, por enquanto, o Cido e a Neide, ah ! Neide da dona Maria, pois
estava na moda nos anos 60 batizar as meninas de Neide, Maria então nem se fala, meu avô teve 7.
Em nossa família tinhas pelos menos umas três ou quatro Neides.
Fui crescendo e nós, Humberto, José e Luiz Bezerra, o sortudoaté hoje, íamos a uma
outra Igreja, mais próxima de casa, Nossa Senhora Aparecida, fazer o catecismo;
então éramos católicos ?, acho que assim.
Nossa mãe e pai
não tinham nada contra o fato de Dona
Maria, do seu Miguel ,ser crente, sempre foram amigas, mas no fundo, no fundo
sei que batia um pequeno preconceito,
velado é claro .
Ah ! um dia apareceu um rapaz, já criado, na casa da Dona
Maria do seu Miguel, dizia que era irmão, tinha gente
que jurava de pés juntos ser um filho, fora do casamento que chegou da Bahia.
Naquela época
diziam que haviam duas Bíblias, uma católica e outra crente, em casa, mesmo os
pais não sabendo ler, tinha uma "católica".Diziam, também,
que os crentes quebram os santos, não acreditavam em imagem. Dona Maria sempre
ia a nossa casa e nunca quebrou nenhum, dos tantos que nossa mãe tinha.
Bem, infelizmente ou felizmente crescemos. Humberto e o
José nos deixaram, muito cedo diga-se de passagem. O Pai também foi embora,
choro até hoje.
Lá pelo início dos anos 70 começaram a aparecer algumas
pessoas com envelopes de oração nas mãos, e realmente levavam muito a sério a
compra da felicidade e prosperidade. Botavam dinheiro e levavam até um bairro,
que, por questões de não identificar,
não vou declarar, o leitor na hora saberia qual a "igreja".
O tempo foi assando e novas "igrejas" e novas
fórmulas de comercializar a fé foram aparecendo e ao mesmo tempo assassinos,
prostitutas, ladrões, drogados foram se transformando em" homens de deus"
( aqui tem que ser minúsculo mesmo, questão de foro íntimo).
As pessoas "salvas" , algumas até estão pregando a "palavra", mudaram de vida,
estão ricas. Algumas, vejo pela TV que
estavam devendo na praça um valor que se demora alguns
anos, de trabalho, para juntar , sem casa para morar, sequer dinheiro para o
circular e em pouco tempo dão testemunho diante de câmeras e microfones ,possuir casas, apartamentos, carrões, etc. Sorte
delas. Preciso repensar a minha fé.
Conheço e já participei de oficio religioso ,não Católico, tem uma série de Igrejas tradicionais e outras que merecem o maior respeito e admiração da minha parte.
Me lembro, certa vez, um pregador falava sobre a reforma do Templo e pedia a colaboração dos fiéis, sem valor declarado, disse o seguinte "Não fique pensando que se você colaborar com 20 reais Deus vai lhe devolver 40, esqueça . Deus não da dinheiro para ninguém". Confesso que chorei no culto.
Hoje estamos vivendo o
momento da Bíblia " sebosa". Sim ! chega a me enojar. Tudo
quanto é suvaco-( axília) tem uma
Bíblia. E alguns querem usa-la até
contra opção sexual, o milagre da mutação.
Alguns ex-gays tentam, de toda forma, nos convencer que foram curados. Curados de que, a homosexualidade não é uma doença. Acredito até na cura da AIDS, porque ela sim é uma doença adquirida e não opção de vida. Moramos em um País democrático.
Alguns ex-gays tentam, de toda forma, nos convencer que foram curados. Curados de que, a homosexualidade não é uma doença. Acredito até na cura da AIDS, porque ela sim é uma doença adquirida e não opção de vida. Moramos em um País democrático.
Me causa espanto, um País Laico, discutir questões religiosas em casas de leis, Câmara Federal, Senado, Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais. O livro certo e que deve ser conhecido e discutido, pelos parlamentares, é o da CONSTITUIÇÃO, a Bíblia e para ser estuda em casa, na Missa, no Culto ; sequer nas escolas.
Os mesmos suvacos que
"ensebam" a Bíblia estão
exatamente abaixo do braço, que vai até
o antebraço e que chega até a mão que recebe
propinas, aperta outras quando se exige do executivo cargos de confiança, para seus penduricalhos e balangandãs. Então senhores e senhoras da política brasileira,
que tal deixar Deus fora da patifaria, do nojento tipo de política feita no
Brasil ?. Indico uma boa leitura para que os senhores e senhoras possam, realmente, mostrar ao eleitor sofrido e enganado o que podem fazer por ele... A CONSTITUIÇÃO FEDERAL, já ouviram falar ?
Infelizmente hoje as religiões estão comercializando a fé dos fieis,onde exigem dinheiro para ganhar salvação,inventam muitos atos que são inexistentes dentro de qualquer culto.E acabam também por sua vez levando seus fieis a produzir atos insanos de descriminação contra outras religiões,principalmente com a de matriz africana que é o candomblé.
ResponderExcluirSe não bastasse, eles agora influenciam na política tambem promovendo pastores e fieis.Eu sendo um sacerdote de Candomblé,religião qual se for analizar e seguir corretamente é a pioneira,pois o berço da terra é a África,e de la se expandiu,no Brasil começou a ser cultuada pelos negros que foram escravizados,sendo assim teve início seu culto aqui no país,pois é a única religião de matriz africana.Não tenho preconceito e nem nada contra a igreja católica ,que por sua vez também é uma religião antiga,nada contra também a umbanda que tem pouco mais de 100 anos e é brasileira,o kardecismo,e ate mesmo a igreja evangélica pois todos existe um só Deus com denominações diferentes.Fico decepcionado em ver o que esta se tornando hoje,mas sendo porta voz da religião que é mais atacada e discriminada e sem apoio aqui no estado de Sao Paulo o que nos resta é seguir nossa cultura e zelar por nossas casas e nossos filhos e não deixar o que resta de puro e verdadeiro da única descendência africana ir para o ralo como a maioria deseja.Grande Abraço a você e sua equipe de jornalismo.Pai Fabio de Oxalá e Mãe Rose de Oxun representante da ALASE IBA KEJI LEMBA (Igreja Mundial de Culto a Oxala)Candomblé de nação Keto filhos do saudoso Pai Walter de Logun ede descendentes do Axé Gantois.